quinta-feira, 30 de abril de 2009

Língua estrangeira está fora do vestibular unificado

A primeira edição do vestibular unificado não terá prova de língua estrangeira. A matriz para a elaboração da prova da disciplina não está pronta, e o prazo é insuficiente para a sua realização, segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes. A decisão vale apenas para este ano e afeta a seleção das universidades que aderirem ao novo Enem.

“Na segunda edição, em 2010, vamos incluir as matérias”, afirmou Fernandes na manhã de quarta-feira, 29 de abril, durante seminário sobre o vestibular unificado realizado na Universidade de Brasília. Sociologia e Filosofia também ficarão fora do exame. O Inep será o responsável pela elaboração e realização do novo Enem. A decisão, porém, ainda não chegou às instituições que aderiram à proposta do Ministério da Educação.

"É uma limitação, saber uma língua estrangeira é importante no mundo moderno e a disciplina é aferida nas seleções das universidades", afirmou o secretario executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, Gustavo Balduíno. "No vestibular da UFSC, por exemplo, há seis opções." Balduíno foi informado da decisão pela UnB Agência. "O processo está em discussão, espero que isso seja revisto", disse.

Uma seleção para universidade sem língua inglesa representa um retrocesso, segundo a decana de Ensino e Graduação da UnB, Márcia Abrahão. Ela acredita que a decisão pode atrapalhar na adesão das instituições ao processo. O Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão vai deliberar sobre a participação da UnB no vestibular unificado no dia 7 de maio.

A qualidade da seleção sofrerá perdas, na opinião da presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal, Amábile Pacios. "Não vamos mais fazer uma seleção do mesmo nível. Estamos sucateando o processo", criticou. Para Amábile, é difícil imaginar uma prova de vestibular sem língua estrangeira, uma vez que a disciplina é obrigatória na grade das escolas.

Inglês, Filosofia e Sociologia não estarão na prova do novo Enem por falta de tempo para preparar a matriz das avaliações. O Inep utilizará na elaboração da primeira edição do vestibular unificado a matriz do Encceja, Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos. E as três disciplinas não são cobradas nesse exame.

De acordo com técnicos do Centro de Seleção e Promoção de Eventos da UnB, a elaboração de uma matriz exige tempo para discutir com um grupo de profissionais o conteúdo para medir os conhecimentos dos alunos sobre a disciplina.

As provas do Enem deverão, ainda, passar por pré-testes, antes da aplicação. O novo Enem deve ser realizado nos dias 3 e 4 de outubro e, mesmo diante de insistentes pedidos de reitores para adiar a data, Fernandes diz que o prazo será mantido. “Muitas instituições utilizarão o Enem como primeira fase, precisaremos divulgar o resultado em tempo hábil para a segunda etapa”, explicou.

A expectativa é que 4 milhões de pessoas façam o exame. Todas as redações serão corrigidas, uma vez que a prova tem o intuito de avaliar o ensino médio e não só selecionar para as universidades.
UnB Agência

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